1º de Maio, dia de luta da classe trabalhadora.
Primeiro de Maio. Dia das
Trabalhadoras e dos Trabalhadores, data universal de toda a classe. Dia da
classe operária de todos os países, de suas lutas, agruras e vitórias. Dia da
unidade de ação, de reafirmação de compromissos, de descortino de perspectivas,
politização das lutas, vislumbre de novos horizontes de desenvolvimento social
e político e luta por uma nova sociedade. Dia de relembrar combates e batalhas
vividos e os heróis de sempre no enfrentamento contra a opressão e exploração
capitalistas.
Nunca é demais relembrar os fatos
que estão na origem da designação do 1º de Maio como dia dos Trabalhadores.
Em 1885, associações de
trabalhadores dos Estados Unidos convocam uma greve para o dia 1º de Maio de
1886, reivindicando a jornada de oito horas, o que dá origem a um ascenso das
lutas operárias, reprimidas a ferro e fogo. No dia 1º de Maio realiza-se em
Chicago uma manifestação de dezenas de milhares de grevistas. Dias depois, 4 de
maio, durante um comício de solidariedade com os trabalhadores de uma empresa
onde a repressão causara numerosos mortos e feridos, provocadores fazem
explodir uma bomba, resultando na morte de policiais e trabalhadores e dando
início a uma repressão generalizada. Oito líderes dos trabalhadores, que passam
á história como os “mártires de Chicago”, são condenados numa farsa judicial
como os principais responsáveis pelos acontecimentos de 4 de Maio. Quatro deles
são enforcados em 11 de Novembro de 1887.
Para homenagear os “mártires de
Chicago”, o Congresso fundador da Internacional Socialista, reunido em Paris em
14 de Julho de 1889 - centenário da Revolução Francesa - propôs a proclamação
do 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador. Em 1º de Maio do ano
seguinte, essa manifestação simultânea teve lugar em diversos países, a
primeira ação unitária da classe operária, materializando a consigna do
Manifesto Comunista - “Proletários de todos os países, uni-vos!”.
Desde então – e já se vão 122
anos - o dia 1º de Maio ficou caracterizado como o dia de luta de todas as
trabalhadoras e de todos os trabalhadores. Com o passar do tempo, não apenas a
luta pela jornada de 8 horas, mas pelo conjunto das reivindicações econômicas,
sociais e políticas das trabalhadoras e dos trabalhadores, pela sua afirmação
como classe independente no terreno da luta social e política, por sua
organização sindical e política, intervenção eleitoral, por democracia, contra
o fascismo, o imperialismo e a guerra, pela justiça, o progresso e a paz, por
uma sociedade livre da opressão e exploração capitalistas.
A partir da vitória da Revolução
de Outubro de 1917 e a sucessão de acontecimentos revolucionários no século 20,
o 1º de Maio passou a ser também uma data de afirmação do internacionalismo
proletário e da luta pelo socialismo, do fortalecimento da organização popular,
da aliança das classes oprimidas e do afiançamento do partido comunista como
força dirigente da luta da classe trabalhadora.
Nos últimos anos, o 1º de Maio é
celebrado pelos trabalhadores num ambiente político, econômico e social
adverso, em meio à inusitada regressão de conquistas e brutal ofensiva por
parte da burguesia (classe social formada por profissionais liberais e
proprietários de negócios de comércio, indústria e finanças) monopolista e
financeira reacionária em todo o mundo contra os direitos das trabalhadoras e dos
trabalhadores. Em profunda e inarredável crise sistêmica, as classes
retrógradas que comandam o capitalismo percorrem o caminho da barbárie e atiram
sobre os ombros de quem trabalha o pesado ônus da abismal situação em que se
encontra.
Indistintamente, as políticas em
prática em todas as latitudes são as neoliberais e conservadoras, de
desregulamentação financeira, privatizações, liberalização dos mercados, especulação,
parasitismo, que têm como contraface a privação de direitos dos trabalhadores,
a deterioração do seu padrão de vida, a degradação geral da sociedade.
Campeiam o desemprego, a
precariedade, intensificam-se os mecanismos de extração de mais-valia e
exploração do trabalho, deteriora-se o poder de compra dos salários, atacam-se
conquistas históricas como os direitos previdenciários. Crescentemente, os
governos burgueses afastam-se das suas obrigações essenciais de prover os
serviços públicos, saúde, educação, infraestrutura urbana - tudo privatizado e
transformado em mercadoria.
Este cenário de crise e ofensiva
contra direitos sinaliza quanto são graves as ameaças que pesam sobre as
trabalhadoras e os trabalhadores, oriundas do sistema capitalista opressor.
Ameaças que se tornam ainda mais perigosas quando acrescidas pela ofensiva
política e militar das potências imperialistas, traduzidas por ações
intervencionistas, guerras de rapina, brutais atentados à paz, à segurança internacional,
à soberania de povos e nações.
A América latina vive há mais de
uma década um novo ciclo político, no qual está inserido também o Brasil.
Resultado do acúmulo de lutas, este ciclo materializa-se em conquistas
democráticas e patrióticas, em que o combate contra as injustiças sociais e à
dominação imperialista avança, elevando pedagogicamente a consciência política
dos trabalhadores e dos povos. Mas seria grosseiro equívoco imaginar que por um
passe de mágica, transformamo-nos em uma ilha de tranquilidade e no ambiente
propício à conciliação de classes, viabilizada por meio de medidas econômicas
tenocráticas.
O 1º de Maio é o momento em que
falam mais alto as trabalhadoras e os trabalhadores, em que sua voz se
transforma em brado e chamamento à emancipação. Em face da crise do capitalismo
e da ofensiva das classes dominantes conservadoras e retrógradas, é
indispensável afirmar a luta, a unidade, a organização, a solidariedade e a
perspectiva de ruptura das trabalhadoras e dos trabalhadores com o sistema
opressor. Celebrar o 1º de Maio é promover a pedagogia dos oprimidos e conscientizá-los
de que só a luta anticapitalista e anti-imperialista abrirá caminho à sua
emancipação.
Por óbvio, não é uma luta
imediatista, a realizar e vencer de um só golpe. É luta de longo fôlego, que
exigirá lucidez, maturidade política, discernimento ideológico, clareza de
propósitos, domínio e manejo de adequados procedimentos e meios estratégicos e
táticos.
Viver com intensidade o novo
ciclo político que o país e a América Latina estão atravessando faz parte do
processo de acumulação de forças e é o campo de prova em que as trabalhadoras e
os trabalhadores farão seu aprendizado na prática e viverão a própria
experiência, lutando por reivindicações concretas, conquistando espaços,
acumulando vitórias e construindo seus instrumentos organizativos na esfera
política.
A esquerda, as forças que se
reivindicam como portadores dos ideais socialistas e comunistas têm imensas
responsabilidades nesse processo. Para elas o 1º de Maio é também um momento de
aprendizado, reflexão e orientação. Justas diretivas no sentido da unidade e da
luta combativa com perspectiva classista constituem um dos fatores decisivos
para o êxito no processo de acumulação revolucionária de forças.
Fonte Vermelho.org